Quais as chances de se tornar jogador de futebol?
Quais as chances de se tornar jogador de futebol?
Tornar-se um jogador de futebol profissional é o objetivo de milhões de pessoas ao redor do mundo. Apesar de pequena, existe uma chance desse sonho se tornar realidade e aqui estão os principais dados relacionados a isso.
Jornada árdua e cheia de percalços ao redor do mundo
Os dados do artigo “Jogadores de Futebol no Brasil”, coordenado pelos professores Dr. Antonio Jorge Gonçalves Soares e Leonardo Bernardes Silva De Melo, mostram que a formação de um atleta tem uma duração aproximada entre 5.000 e 6000 horas de trabalho duro.
Nos Estados Unidos, apenas 1,4% dos jogadores de futebol que jogam na National Collegiate Athletic Association (NCAA) acabam se tornando jogadores profissionais de futebol.
Na Europa os números são parecidos e de acordo com dados da Business Insider UK, menos de 1% de todos que ingressam em uma escola de futebol europeia se tornarão futebolistas profissionais nas próximas décadas.
Considerando todos os fatores envolvidos, as chances de se tornar um boleiro profissional ao redor do mundo giram em torno de 1,5% e o Brasil apresenta números muito semelhantes.
Os números do mercado brasileiro
Em 2016, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) revelou um levantamento com diversos números importantes que ajudam a compreender a realidade do futebol nacional.
O mercado completo de jogadores no Brasil, com algumas ressalvas para números imprecisos, conta com 10 a 15 mil postos de trabalho. Além disso, o país possui cerca de 800 times credenciados às subsidiárias da FIFA, mas desse total apenas 20 detêm mais de 90% da preferência de todos os torcedores.
Os professores Soares e Melo calcularam que se um clube emprega cerca de 26 atletas na sua equipe principal, existem por volta de 520 posições disponíveis na parte mais valorizada que disputa o Campeonato Brasileiro.
Esses fatores fazem com que ocorra uma diminuição significativa no número de oportunidades bem remuneradas e estima-se que mais de 80% dos jogadores no Brasil ganham menos de R$ 1 mil de salário.
De acordo com os dados do levantamento da CBF, do total de jogadores, 23.238 (82,40%) recebem salários de até R$ 1 mil, 3.859 (13,68%) ganham entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, 381 (1,35%) entre R$ 5 mil e R$ 10 mil e 499 (1,77%) entre R$ 10 mil e R$ 50 mil.
No topo da pirâmide, que corresponde ao último 1%, encontram-se os 112 (0,40%) que recebem entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, 78 (0,28%) que ganham entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, 35 (0,12%) com salários entre R$ 200 mil e R$ 500 mil e apenas um atleta (0%), que não foi nomeado, que possui um salário acima de R$ 500 mil.
Somando todos os dados, o resultado final é que mais de 80% dos atletas recebem até R$ 1 mil de salário, cerca de 13% contam com vencimentos dentro da faixa salarial de R$ 1 mil a R$ 5 mil e cerca de 4% apresentam salários acima de R$ 5 mil.
O que acontece se a carreira não decolar
Mesmo que alguém não consiga jogar futebol, ainda há chances de ter uma carreira profissional em outros esportes competitivos e existem diversos casos de sucesso. Um dos melhores exemplos recentes é a carreira do competidor profissional de poker Ramón Colillas.
Colillas começou sua jornada como um atleta de futebol promissor no Manresa, equipe do coração da Catalunha, mas teve que abandonar o esporte devido a uma série de lesões em ambos os joelhos.
Durante um tempo o atleta, que se formou em educação física na Universidade de Vic em Barcelona, abriu uma academia que se tornou bem popular, mas foi no poker que reencontrou a paixão por competir.
A combinação deu tão certo que ele acabou se consagrando campeão do prestigiado torneio PSPC e hoje em dia continua a carreira como competidor profissional do esporte das cartas com um bankroll de mais de US$ 5.000.000.
Outro bom exemplo de jogador de futebol que encontrou o sucesso no poker e em outros setores é Tony Cascarino. O ex -atacante passou pelos clubes ingleses Millwall e Chelsea – tornando-se competidor semiprofissional nas mesas de feltro após se aposentar.
Cascarino conseguiu vencer a Grande Final do GUKPT e ao longo da carreira no poker conseguiu um bankroll total US$ 500.000 com seus ganhos em torneios. Além disso, o atleta já escreveu para o The Times e apresentou um programa esportivo chamado TalkSPORT na rádio que atingiu muito sucesso.
Resultado final
As chances de se tornar um jogador profissional no topo da pirâmide podem ser pequenas, mas com muito esforço e dedicação do atleta elas existem. Além disso, é fato que o competidor também pode encontrar sucesso profissional em outras áreas e esportes competitivos após sua carreira no futebol.